1.      No contexto de uma Economia Quaternária, fortemente dominada pelo sector da Informação (Bell, Machlup, Porat e outros), a Informação emerge como factor fundamental, diferenciador, e fonte de vantagem competitiva para as profit and non profit organizations, que actuam num mercado, aonde a norma é a Globalização da Economia e da Sociedade em geral.

Numa Economia com quatro sectores, (Sociedade Pós-industrial), o quarto sector é o da Informação.

Antes, na Sociedade Industrial, o custo de produção, era, tradicionalmente, desagregado em matérias primas, trabalho e outros custos, mas, actualmente, na era Pós-Industrial, temos de explicitar de entre aqueles custos, também, o custo referente à Informação.

Assim, a disponibilidade do custo da Informação, permite enriquecer o estudo e a prática da Gestão da Informação e dos Sistemas de Informação e suporta, adequadamente, a aplicação das Melhores Práticas da Governança dos Sistemas de Informação.

 

 

2.      Simultaneamente, as profit and non profit organizations tornaram-se cada vez mais Organizações Baseadas em Informação (OBI) – isto é, têm de obter, produzir, armazenar, consumir e tratar mais e mais Informação, como um importante input para os processos de produção e as actividades de Gestão e do Negócio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

3.      Deste modo, as Organizações estão face a novos e emergentes problemas, decorrentes do facto de a Informação emergir como um recurso, com valor económico relevante, bem como a ausência de adequadas soluções de Gestão e Controlo, no seio dos modelos de Organização tradicionais que enquadrem esta nova problemática.

 

 

4.      Consequentemente, porque é urgente e necessário, de acordo com os princípios de Organização, dever-se-ão encontrar e fixar soluções estáveis para a Gestão da Informação e do Sistema de Informação (incluindo todos os recursos utilizados na cadeia de produção, armazenagem e distribuição), alinhadas com a perspectiva Organizacional e Processual do Negócio.

 

 

5.      Assim, torna-se inevitável definir, criar e integrar a Nova Função no seio da Arquitectura tradicional das Organizações, adaptada à nova forma de conduzir os Negócios.

O perímetro desta Nova Função, compreende:

-         Gestão da Informação;

-         Gestão das Tecnologias da Informação;

-          Questões relacionadas com a eficácia do processo de tomada de decisão e com a eficiência dos negócios;

-         Outros recursos utilizados no processo de Gestão da Informação.

 

 

 

 

 

 

 

 

6.      Isto é, todos os problemas inerentes à Informação, e todos os recursos usados (combinados para produzir, armazenar e disponibilizar a Informação necessária para a tomada de decisões nos diferentes níveis de gestão, nas actividades de Gestão das profit and non profit organizations), devem ser:

    1. Planeados
    2. Organizados
    3. Liderados
    4. Coordenados
    5. Controlados

no âmbito da  Nova Função(Gestão do Sistema de Informação) de acordo com as Boas Práticas da Governança dos Sistemas de Informação.

 

 

7.      Complementarmente e de acordo com a descrição do âmbito, conteúdo e caracterização do comportamento racional no seio das Organizações, podemos concluir que todos precisam/consomem Informação pelo que a taxa de Participação do Sistema de Informação (tPSI) é sempre positiva (tPSI > 0).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

8.      Ainda, constata-se que a Informação e os Sistemas de Informação têm um impacto significativo nos principais agregados macroeconómicos, nomeadamente, constituindo uma parte significativa do Valor Acrescentado pelas Empresas e pela Administração Pública, representando, em média 15% a 20% do Volume de Negócios e cerca de 50% do Valor Acrescentado pelas Empresas.

Mundialmente, tal facto consubstancia-se num montante da ordem dos 20 mil a 25 mil biliões de dólares.

O reconhecimento oficial de tal impacto, pode ser encontrado na “Declaração de Lisboa de 2000” que, inclusivamente, reconhece, também, a ligação umbilical entre a “Informação”/”Sistemas de Informação” e a “Economia do Conhecimento”, bem como o investimento nos Sistemas de Informação como motor chave do crescimento económico o que pressupõe, naturalmente, a criação, a institucionalização de Órgão adequado e a nomeação, identificação de entidades (nas Empresas e na Administração Pública), responsáveis pela Exploração, Gestão e Desenvolvimento dos Sistemas de Informação (pela Governança dos Sistemas de Informação).

 

 

 

9.      Finalmente, devemos analisar, debater e conceber o GSI (Gestão dos Sistemas de Informação) quais os seus objectivos principais, funcionalidades e tarefas a cumprir pela Nova Função da Gestão da Informação (isto é, como obter, produzir, armazenar e difundir a Informação e qual o nível requerido para a Qualidade da Informação), e ainda, estudar e propor novas soluções, para o posicionamento desta Nova Função nos Modelos da Arquitectura Organizacional.

 

 

 

 

 

10.  MANIFESTO

 

                   I.      PARA O TOP MANAGEMENT / CEO

 

·         Assumir que os Sistemas de Informação e a Gestão da Informação constituem áreas críticas da vida das Organizações.

 

·         Assumir que o Information Systems Governance constitui uma especialização técnica e de Gestão, que deve ser da responsabilidade directa do Top Management.

 

·         Assumir que a Informação deve ser perspectivada como um dos mais valiosos Corporate Resources.

 

·         Assumir que a Governança dos Sistemas de Informação tem a ver com novos processos gestivos e organizacionais e com novas formas de negócio e de desempenho profissional.

 

 

 

                 II.      PARA O CIO

 

·         Assumir que a Informação (e não as tecnologias) constitui o business core da sua actividade.

 

·         Assumir que a Informação deve ser gerida like a business.

·         Desenvolver todos os esforços e actividades de forma a elevar Qualitativamente o nível da Informação.

 

·         Enfocar a produção e disponibilização da Informação no Information Value Added.

 

 

 

 

 

 

 

              III.      PARA O DIRECTOR INFORMÁTICO

 

·              Enquadrar e alinhar as suas missões, objectivos, acções e responsabilidades no âmbito do Sistema de Informação da Organização.

 

·              Preocupar-se menos com as Tecnologias físicas (que representam 15 a 20% do custo total do sistema informático), e mais com a Gestão dos outros recursos integrantes do sistema informático.

 

·              Orientar a Gestão da informática para os processos informáticos, a manutenção, os serviços, a exploração e a gestão dos projectos informáticos.

 

·              Elaborar e controlar os principais indicadores necessários à Gestão do sistema informático.

 

 

 

             IV.      PARA OS STAKEHOLDERS E UTILIZADORES

 

·         Promover a Arquitectura dos Sistemas de Informação numa perspectiva de

client / server dentro da Organização.

 

·         Promover a concepção e implementação de Sistemas de Informação, de forma a propiciar a Informação de que os decisores realmente necessitam no apoio às suas actividades.

 

·         Estimular a controlar o princípio do custo/beneficio para a produção e disponibilização da Informação.

 

·         Diferenciar Dados de Informação e de Conhecimento.

 

 

 

 

 

 

 

                V.      PARA OS PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS

 

·         Denunciar as frequentes identificações entre o conteúdo dos cursos leccionados e o marketing dos fornecedores de produtos de Tecnologias de Informação.

 

·         Desenvolver os estudos e as exposições nas aulas e nos cursos, evitando o jargão dos fornecedores de Tecnologias de Informação.

 

·         Separar, cientificamente, a problemática das TI da problemática dos SI.

·         Denunciar e caracterizar o Information Systems Management, o Information System for Management, o Information Management, o CIO e o CITO, e o Information Systems Governance.

 

·         Diferenciar o Management Job do Typewriter (com computador) Job.

 

 

             VI.      PARA OS RESPONSÁVEIS POLÍTICOS E DECISORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 

·         Desmistificar o conceito de Sociedade da Informação e de Sociedade do Conhecimento.

 

·         Assumir que as Tecnologias e as estruturas Tecnológicas podem ser bem ou mal utilizadas e que nunca foram a solução são um meio.

 

·         Assumir que muitas das soluções das Tecnologias de Informação constituem absurdidades e utopias que a realidade tem negado.

 

·         Concluir que não há evidência científica que justifique uma relação causal entre as aquisições em TI e a Produtividade e a Competitividade das Organizações.